sexta-feira, 31 de julho de 2009

Projeto Missões - Parte 1

Onze de julho, sábado, 21h30. O tempo está frio e na Rua Borges Lagoa, na Vila Clementino, em São Paulo, há várias pessoas de casaco em torno do ônibus parado na ampla calçada, bem em frente ao Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo. O Sinpro, claro, está fechado a esta hora da noite. Mas boa parte das pessoas que se movimentam no local está relacionada de alguma forma à entidade que abriga professores que atuam em escolas particulares paulistas.

Logo uma das pessoas se adianta em nossa direção. É Marcos Mituzawa, da Phylos Cultural, empresa que está organizando o projeto Missões, que move aquelas 38 pessoas a deixar seus lares quentinhos e embarcar num ônibus com destino ao Mercosul. O professor Marcos é descendente de japoneses, como uma parte significativa do grupo – o que sinaliza uma viagem tranqüila e com todos ciosos do horário, impressão que mais tarde se verificará correta. Ensina física e matemática há 30 anos em uma escola privada e, nesse meio tempo, granjeou a confiança das freiras de tal forma que elas o apóiam quando precisa se ausentar por alguns dias das classes de aula para conduzir grupos de estudantes, principalmente para estudar o do ciclo do ouro em Minas Gerais.

Com o organizador viaja sua família, formada pela também professora Magali, que apesar de graduada não exerceu a profissão para cuidar das duas filhas do casal. A mais velha, Thaís, tem 14 anos e é tranquila, bela e discreta como uma delicada boneca de porcelana japonesa. A mais nova, Camila, tem 11 anos e está mais para uma japonesinha contemporânea de Tóquio moderno, daquelas que tingem o cabelo de cores chamativas e brigam pela implantação do acordo ambiental de Kyoto – embora, por ser ainda muito jovem, por enquanto ela se limite a preocupar os pais com questões menores, como correr atrás de cachorros e encharcar o tênis ao pular em poças de lama.

Enquanto Magali confere os acertos financeiros de última hora feitos pelos participantes, Marcos ajuda os dois motoristas de sua confiança a colocar as pesadas malas no bagageiro do Marco Polo 2008, uma Ferrari dos ônibus de viagem de dois andares.

Pouco depois do horário previsto, o ônibus parte para a longa viagem de 24 horas com destino a São Miguel das Missões, onde estão as espetaculares ruínas jesuíticas de São Miguel das Arcanjo.

Texto: Monica Martinez

Um comentário:

  1. Mônica

    Que maravilha de Blog! Vou visitá-lo sempre, pois uma das coisas que mais gosto é de viajar.
    Adorei sua narrativa, texto bem completo. Eu também vou escrever alguma coisa sobre, mas não com tanta precisão.Já escrevi sobre o Solar do Che e agora vou continuar escrevendo sobre outros aspectos do nosso passeio. Estou todas as terças-feiras em dois Blogs: http://pbondaczuk.blogspot.com
    e http://cronicadelirio.blogspot.com
    Sua visita será bem-vinda!
    Abraços
    Risomar

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